Dragões no Chile? Descubra esse misterioso inseto da Patagônia
Por: Hernan Claro - 14 agosto, 2024
No extremo sul do Chile, no mais profundo das geleiras patagônicas, onde o espaço é desprovido de luz, vivem uns habitantes tão pequenos quanto como intrigantes: os dragões da Patagonia.
Apesar do seu nome imponente, este dragão não é uma criatura temível, mas sim um plecoptera não voador que desempenha um papel crucial no ecossistema.
O dragão da Patagonia, que não supera os 15 milímetros, é vital para a saúde dos rios patagônicos. Esta espécie nativa é um bioindicador, o que significa que sua presença é um sinal de que a água é pura e o ecossistema está equilibrado. Sua existência depende da limpeza e da qualidade da água, portanto encontrá-los é um sinal de que o ambiente está em boas condições.
Sua existência chama muito a atenção, principalmente porque é difícil acreditar que tenha fauna que sobreviva a temperaturas tão baixas. Mas a verdade é que o dragão da Patagônia habita em correntes de água frias e cristalinas das regiões de Aysén e Magallanes. Seu aspecto, com um corpo alongado e segmentado e patas robustas, lhe permite se mover agilmente entre pedras e algas no leito dos rios. Ele se adaptou perfeitamente ao seu ambiente aquático, onde encontra tudo o que precisa para sobreviver.
Devido ao aquecimento global, o habitat desse diminuto inseto está se derretendo, o que faz com que, infelizmente, ele esteja em perigo de extinção. Por essa razão, é importante saber como cuidá-lo, onde encontrá-lo e seus benefícios para p ecossistema. Vamos conhecer um dos últimos animais descobertos pela ciência há apenas 20 anos!
Foto: @elementosur_patagonia
Dragão da Patagônia: Como preservá-lo?
O dragão da Patagônia tem um papel significativo no ecossistema, por isso é fundamental começar protegendo seu lar: os rios e córregos. Apesar de habitar nos glaciares, esse inseto também pode sobreviver a 40 metros de profundidade nas águas frias. É de extrema urgência manter essas águas livres de poluição. Isso implica evitar o descarte de resíduos e o uso de produtos químicos perto desses cursos de água. Além disso, a proteção das florestas ribeirinhas, que atuam como filtros naturais, é crucial para manter a água pura.
Acredita-se que o dragão da Patagônia se alimenta de pequenas algas, ajudando a manter o equilíbrio natural do rio, evitando o excesso de matéria orgânica e promovendo um entorno saudável. Além disso, sabe-se que ele se alimenta de crioconita, um fino pó do gelo composto por microrganismos e outras pequenas partículas. Esse pó é transportado pelo vento e deposita-se nos glaciares, produzindo refletividade, o que pode facilitar seu derretimento.
Se é o único inseto que pode viver nesse ambiente inóspito, então certamente tem um grande impacto no meio ambiente. O dragão da Patagônia ainda é estudado por cientistas durante expedições periódicas, que recolhem observações para compartilhar com os laboratórios responsáveis por essa espécie.
Onde encontrar ao dragão da Patagônia?
O dragão da Patagônia pode ser encontrado no campo de gelo austral patagônico norte, sul e na Cordilheira de Darwin no Chile. No entanto, é preciso estar muito atento para vê-lo, devido ao seu tamanho reduzido e aos locais de difícil acesso onde habita. Recomendamos optar por uma expedição para encontrá-lo.
Patagônia chilena: Em busca do dragão da Patagônia
A Patagônia chilena é dividida em três regiões: Los Lagos, Aysén e Magallanes. E os glaciares que existem são aproximadamente 17.300, divididos entre os campos de gelo sul e norte de Argentina e Chile. Portanto, o dragão da Patagônia pode ser encontrado em qualquer lugar.
Apesar de se acreditar que estava extinto, foi redescoberto em uma expedição em 2001 no glaciar Torres del Paine. Dessa vez, fornecemos informações sobre alguns glaciares chilenos que você poderia visitar e que são habitats ideais para esse inseto.
- Glaciar Amalia: Origina-se no campo de gelo sul e está localizado dentro do Parque Nacional Bernardo O’Higgins. Devido às suas águas frias e puras, e por ser o lar de pinguins e aves marinhas, é extremamente provável que os dragões da Patagônia convivam ali. Isso se debe às condições ideais oferecidas pelo loca e também porque se sabe que o dragão da Patagônia coexiste com cetáceos, pinguins, lobos e elefantes marinos. Para chegar ao Glaciar Amalia desde Santiago de Chile, você deve pegar um voo até Puerto Natales, que dura aproximadamente 4 horas e meia. Uma vez lá, é necessário contratar um tour que o levará para conhecer o glaciar.
- Glaciar Calluqueo: Também conhecido como cerro Cochrane, o Glaciar Calluqueo está localizado ao pé do monte San Lorenzo, na região de Aysén, no Chile. Trata-se de uma enorme massa de gelo milenar que possui uma linda lagoa de cor acinzentada, resultado dos sedimentos que emergem das águas provenientes do topo do cerro. Para chegar ao Glaciar Calluqueo desde Santiago do Chile, você deve pegar um voo até a cidade de Cochrane. Uma vez lá, siga por via terrestre em direção ao sul de Cochrane e avance aproximadamente 4,6 quilômetros, desviando à esquerda no cruzamento com a rota x-901, e continue para o sul por mais 44 quilômetros.
- Glaciar Exploradores: No coração da Patagônia chilena, oculto entre montanhas e florestas antigas, encontra-se o majestoso Glaciar Exploradores. Esse glaciar, parte do Parque Nacional Laguna San Rafael, não é apenas um espetáculo natural impressionante, mas também o lar do dragão da Patagônia. Para chegar ao Glaciar Exploradores desde Santiago do Chile, você deve pegar um voo até a cidade de Balmaceda. Uma vez lá, viaje por cerca de duas horas aproximadamente em direção ao sul até chegar a Puerto Tranquilo, onde pode fazer uma expedição para o Glaciar Exploradores.