Evelyn Muñoz: «O mais desafiador é sempre o primeiro passo»
Por: Hernan Claro - 19 fevereiro, 2024
Graças a sua diversidade de paisagens e abundantes montanhas, o Chile é um país ideal para a prática do mountain bike (MTB). Assim sabe Evelyn Muñoz, multicampeã da disciplina e protagonista da web série Extremas.
Evelyn Muñoz começou desde muito pequena a praticar esportes. Começou com a natação, depois mudou para o triátlon e logo ao skateboard, o qual teve que abandonar devido a uma lesão. Logo, começou sua reabilitação com o ciclismo, iniciando assim uma relação que já tem 11 anos e a fez ganhar uma diversidade de títulos.
Nascida em Santiago com raízes em Panguipulli, Evelyn Muñoz é uma orgulhosa representante do povo mapuche onde exibe sua bandeira depois de conquistas em diferentes competições. Protagonista de Extremas, nos conta sua experiência subindo o Vulcão Batea Mahuida e suas reflexões entre a relação da natureza com os esportes.
Extremas é a nova web série do Chile Travel, onde atletas chilenas contam suas histórias de esforço depois de importantes conquistas em disciplinas esportivas e como conectam certos destinos e territórios do Chile.
O que o público pode esperar de Extremas?
O público desta web série, pode esperar incríveis paisagens, ver a determinação das mulheres que podem percorrer o mundo se quiserem. E que não precisam de ninguém para cumprir suas metas, objetivos e viver a vida.
Como foi a gravação do capítulo?
Foi bastante bom, a equipe é muito acolhedora, existe muito apoio entre todos. Porque não somente está o que aparece na tela, mas por trás disso, há uma equipe que deve seguir teus passos. E para alguém que não está acostumado a fazer a atividade, é um pouco difícil, mais ainda com câmeras.
Como foi subir o Batea Mahuida?
Eu já havia ido ao Parque Nacional Conguillío, mas ao Batea Mahuida em si, não havia subido tão alto. A experiência foi incrível.
Havia neve aquele dia e foi bastante difícil em algumas seções, a inclinação é bastante íngreme e, portanto, de repente ficou difícil. Escorregávamos com a neve, especialmente os rapazes que estavam carregando muito peso com as câmeras.
Foi bastante exaustivo, apesar de que íamos equipados, com bons sapatos e tudo. Mas foram bons momentos, nos divertimos, rimos muito e chegamos bem ao cume.
Como foi o manuseio da bicicleta na neve?
Escorregava bastante, o controle não foi fácil porque era tipo esquiar, a bicicleta desliza e você não pode controlar. Temos que deixar que a bicicleta nos guie um pouco onde a neve quer, ou por onde esteja marcado o caminho.
Pode o esporte incentivar o cuidado com a natureza?
É claro que sim. Os esportes nos ajudam muito a cuidar do ambiente em que andamos. Pode ser o ciclismo, o running, também os escaladores que vão a montanha ou os esportes aquáticos.
E se uma pessoa que vai praticar por primeira vez esse tipo de atividades esportivas, não cuida o entorno, não cuida seu próprio lixo e joga seus resíduos em qualquer parte, seguramente chegará alguém com mais experiência e dirá: “isso não está correto”, e assim vai aprendendo.
¿Como você acha que podemos melhorar nosso vínculo com o meio ambiente?
Primeiro de tudo, é ter contato com o meio ambiente na prática. Porque se você conhece o lugar e vê o quão maravilhoso é, você irá entender e será consciente de que deve cuidá-lo para poder continuar explorando.
¿Quais conselhos você daria aos que querem praticar mountain bike?
Que não tenham medo, que saibam que é um processo largo, que respeitem isso
Não é algo muito fácil, porque requer de técnica e capacidade física. Eu pratico há 11 anos, quase 12, e acredite que vivia caindo ao princípio. O mais desafiador é sempre o primeiro passo. É ousar. Eu diria para ir passo a passo, um dia de cada vez. Que sigam de acordo ao que diga seu corpo.