Bárbara Hernández, a «Sereia do Gelo»: “As pessoas cuidarão daquilo que sentem proximidade”

Bárbara Hernández, a “Sereia do Gelo”, foi a protagonista do primeiro capítulo de Extremas, nossa web serie onde cinco mulheres que praticam esportes de risco nos ensinam sobre o esforço e o amor pelas zonas extremas do nosso país.

Bárbara Hernández tem dado muito orgulho ao Chile. Nadadora de águas gélidas, a “Sereia do Gelo” vem sendo a número um do ranking mundial da disciplina, foi premiada duas vezes pelo Record Guiness e em 2023 realizou o nado mais longo já registrado na Antártica.

Enquanto se prepara para realizar seu sonho de nadar pelos sete oceanos, Bárbara Hernández participou da série da Chile Travel, Extremas, e regressou a Laguna San Rafael, na Região de Aysén. Nesta entrevista, ela nos contará sobre sua experiência gravando o capítulo e enfatizou o valor de conectar-se com as origens para cuidar da natureza.

Extremas é a nova web série da Chile Travel, onde atletas chilenas nos contam suas histórias de superação por trás de importantes conquistas em disciplinas esportivas e como estão conectadas com certos destinos e territórios do Chile.

Qual foi a sensação de voltar a Laguna San Rafael?

Voltar a San Rafael (Região de Aysén) tem vários significados para mim. Foi um dos meus primeiros glaciais, e é um lugar que compartilho muito com minha mãe. Inclusive, ela é parte da minha equipe e me acompanha nesses nados tão importantes.

Além disso, voltar aos gelos depois da Antártica foi muito bonito e muito significativo. Inclusive, devo meu apelido a Região de Aysén, nadando nesses glaciais foi que nasceu “a sereia do gelo”, de certa forma.

O apelido nasceu ao redor do ano de 2015. Embora tenham sido os jornalistas, antes disso, acho que também (nasceu) das pessoas, ao saberem que havia uma chilena nadando nessas geleiras, fazendo a rota da Carretera Austral.

O que o público pode esperar dessa web série?

O público encontrará histórias de mulheres que vibram, que amam e não somente com o significado do Chile para cada uma de nós, mas em como esses lugares ganham vida. Do quão importante é para nós o termo raízes e origens, de como isso se entrelaça com nossa história vital.

Então eu acho que vocês irão gostar. Haverá muitas emoções, e um Chile que nos convida a cuidá-lo, protegê-lo e conhecê-lo.

Pode ajudar a gerar maior consciência com a natureza?

Definitivamente sim, e maior vínculo com a natureza também. As pessoas só cuidarão daquilo que conhecem, daquilo que sentem proximidade, e conseguem se identificar. Não somente porque o visitem fisicamente, mas ao perceber que são lugares que estão ali e que nos pertencem a todos.

Como foi a gravação de Extremas?

Gravar o capítulo foi espetacular, estar com a Dani (Rakos), com o Diego (Astorga), senti muito o trabalho em equipe. E (valorizo) que eles entendessem as dificuldades desde esporte, também foram muito empáticos com a conexão que eu tenho com esse lugar.

Estivemos três ou quatro dias. Nossos amigos da Laguna San Rafael nos permitiram acampar, e isso foi espetacular, ver o pôr do sol, as luzes e tudo o que San Rafael representa, foi realmente mágico.

De verdade, eu gostaria de agradecer a equipe. Obrigada pela oportunidade, pelo privilégio de compartilhar minha história, e de seguir criando essa comunidade de pessoas que ainda se atrevem a sonhar tão grande.

O que você diria para aquelas pessoas que querem praticar natação em águas gélidas?

Primero de tudo aprender a nadar, isso é muito importante para acercar-se as águas vivas. Devem ser conscientes de que são águas que possuem vida dentro dela, e que existe o fator clima do qual devemos ser muito respeitosos.

Também, acercar-se as comunidades de nadadores de águas abertas, que estão ao largo do Chile inteiro. Nosso mar é frio, e esse já é um bom passo para aprender sobre esse esporte extremo.

O foco é ser responsáveis e respeitosos com a natureza, e com a própria vida e segurança.